quinta-feira

YUPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPPIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

Ficou puto com a notícia.
A conhecida Sociedade Filarmónica de Cabeça de Cima, que contava com o malabarista de serviço, cuspidor de fogo e que, habitualmente, animava as festas locais, ia ser extinta e refundada na nova Sociedade Artística e Cultural das Cabeças de Baixo e de Cima. Claro que a designação parecia ser um problema, mas rapidamente se acordou que tudo se resolveria com uma série de anexos nesse nome da extinta e gloriosa sociedade. Passou, assim, a designação a ser: Real e Muy Nobre Sociedade Artística e Cultural das Valorosas e Pensantes Cabeças de Baixo e de Cima.
Quanto aos artistas, dado que o cachet disponível para as festas em honra da Senhora da Agonia, da Senhora do Desespero e da Senhora da Boa Morte não era muito elevado, foi decidido continuar a recorrer ao malabarista cuspidor de fogo, e promover a formação intensiva de um prestidigitador, de dois ou três mágicos, de um animador para criancinhas, de um encantador de serpentes e de bichos afins, bem como de alguns meninos de coro, de anjinhos (que são sempre úteis nestas festas religiosas), e de algum povo, pois, como bem opinam os cronistas, é sempre necessário haver alguém que bata as palmas e que se divirta com as actividades desta sociedade. 
Foi igualmente decidido contratrar, para a próxima festa, uns ranchos folclóricos e uns tocadores de pífaro e de pandeireta, pois o sermão já estava encomendado e aquilo que o povo gosta mesmo é de circo. 
(Algumas vozes mais experimentadas aconselharam também a contratação de uns domadores de leões, mas, dado que já viria o encantador de serpentes tal opinião não foi tida em conta. E até porque, caso houvesse algum distúrbio, os leões, dado a sua identificação e especial visibilidade, poderiam ser rápida e higienicamente abatidos. E a sua carne distribuída para animação do povo....)
E assim, o nosso ilustre mestre de cerimónias, apesar de pensar (ingenuamente, diga-se de passagem) que teria algo a dizer nessa reorganização da Sociedade, de que ele era parte também visível, calou-se. E a seguir vestiu o seu melhor traje de cerimónia e, com um ar de político em campanha, recriou as famosas figuras de cera do museu Madame Tussauds.

1 comentário:

Olga Gouveia Rebelo disse...

O chamado "toque de Mestre"